Introdução
Recentemente, assisti a uma aula de um dos mentores da QuantSystems, vinculada ao projeto Trade With Me, que trouxe reflexões poderosas para qualquer trader — iniciante ou experiente. Diferente do que muitos pensam, o maior obstáculo no trading não é técnico. É mental. A seguir, compartilho os principais aprendizados, junto com minhas experiências, para ajudar você a evoluir como trader e estudante de price action.
1. Crenças: o verdadeiro inimigo invisível
Muitos fracassam não porque operam errado, mas porque não acreditam que são capazes de fazer dar certo. Mesmo com um sistema lucrativo testado, o medo de errar — ou até de ter sucesso — trava a execução.
Esse comportamento foi um obstáculo para mim. Até hoje preciso lutar para não cair nas armadilhas do medo e da hesitação. Levei tempo para deixar de confiar em indicadores ou aprendizados sem estatísticas confiáveis, adquiridos em metodologias anteriores.
📌 Dica prática: Pergunte-se: “Confio no que estou operando? Ou estou agindo com base no medo?”
2. Saber ≠ Executar
Estudo técnico é fundamental, mas observar e executar setups em tempo real é o que solidifica a confiança. Replays e operações ao vivo revelam nuances que livros não ensinam.
No primeiro mês em que consegui fechar positivo, por exemplo, foquei apenas em padrões de cunha. Passava o pregão inteiro esperando esse padrão. À medida que ganhei confiança, comecei a experimentar outros — até adquirir mais consistência e aprimorar a leitura do contexto como um todo.
📌 Sugestão: Estude um único padrão profundamente — como rompimentos ou segundas pernas — até internalizar suas variações.
3. Persistência com propósito
Ali, o mentor do projeto, respondeu à esposa que perguntou quanto tempo mais ele levaria para aprender a negociar:
“Vai demorar o tempo que for necessário.”
Essa mentalidade é a base de quem realmente vai longe no trading.
Eu mesmo posso atestar isso. Antes mesmo de os livros do Al Brooks estarem traduzidos no Brasil, traduzi inteiramente por conta própria, com ajuda de ferramentas online. Depois revisei parágrafo por parágrafo, ajustando os termos aos conceitos corretos do mercado. Fiz o mesmo com o curso completo do Brooks, e também com a Enciclopédia de Padrões Gráficos — que hoje possui mais de 10 mil slides. Traduzi um a um. Isso me permite identificar praticamente qualquer padrão já catalogado por ele.
📌 Reflita: Você está apenas “tentando”? Ou está realmente comprometido com o processo?
4. Liberdade sem regras é perigo
No day trade, a liberdade de clicar a qualquer momento é o que destrói muitos.
Gosto muito de uma frase do Mark Douglas, no livro Trading in the Zone:
“Seja rígido nas regras e flexível nas expectativas.”
Hoje, aplico isso sendo rígido quanto ao meu stop financeiro, mas flexível quanto ao resultado. Aceito que, às vezes, a operação dará um lucro menor que o esperado. E, em outras, o mercado me surpreenderá positivamente.
📌 Construa sistemas simples com regras claras.
Como disse o próprio Al Brooks:
“Estamos sempre a um trade da falência.”
5. Estudo ativo e estruturado
Um aluno citado na aula levava 6 horas para anotar 3 horas de conteúdo. O resultado? Domínio profundo.
Quando estudei o curso “Best Trades”, do Brooks, tirei print de tela por tela e anotei cada detalhe narrado. Criei um material de consulta rápida que me ajudou a fixar e aprofundar o conteúdo. Não fiz um estudo passivo — estudei ativamente.
📌 Faça como como fiz: pause os vídeos, anote, reflita, revise. Estudar passivamente não funciona.
Conclusão
O que vai determinar seu sucesso não é apenas entender price action.
É acreditar, praticar com estrutura e persistir até dar certo.
Você pode estudar o Barra a Barra, fazer replay com disciplina, participar de transmissões ao vivo — mas nada substitui o compromisso diário com sua evolução como trader.
✒️ Escrito por Leandro de Paiva, tradutor oficial do livro “Leitura de Gráficos de Preço Barra a Barra”, de Al Brooks, e fundador da Exponencial Price Action.